sexta-feira, 29 de julho de 2011

Instabilidade

Muitas coisas estão a acontecer a um ritmo rápido nos EUA e na Europa. Com o fim do modelo comunista nos anos 80, parece que estamos a chegar ao ponto em que um sistema, por não encontrar oposto, vai esquecendo a necessidade de se auto-regular e aumentando o seu nível de instabilidade.

Se a União Soviética ainda existisse, democratas e republicanos já se teriam entendido acerca do défice nos EUA e a Europa acerca do seu futuro.

sábado, 23 de julho de 2011

Economia e Política

Ao ler este artigo que vi referenciado num post de uma colega no Google+, lembrei-me do que pensei quando ouvi Cavaco Silva na televisão mandar estudar aqueles que afirmavam que ele não tinha uma posição coerente relativamente às agência de rating. Pensei que o segundo ciclo do Cavaquismo em Portugal começava pelo pior, sem antes passar pelo melhor.

Mas entretanto fui percebendo que aquilo que me parecia ser uma contradição se calhar não o era. O que estavam errados eram os meus pressupostos. Estava a partir do princípio que economia e política eram coisas separadas, esse era o meu erro.

De facto, tenho alguma desculpa, pois fui influenciado pela primeira afirmação de Cavaco Silva há um ano atrás. Dizia que o problema não são as agências de rating, o problema é devermos dinheiro. A forma como interpretei esta afirmação é que de facto a economia existe por si só, é independente de tudo o resto e se não seguirmos as suas regras as coisas não irão correr bem.

Por isso, quando ouvi a segunda afirmação sobre as agências de rating estarem a manipular o mercado e a colocar em questão a união europeia, fiquei confuso.

Mas resolvi estudar um pouco e lembrei-me que antes da queda do regime soviético, o seu modelo económico foi exportado para todo o mundo. E era outro modelo económico, que não o de mercado, mas conseguia ser exportado. E aí ocorreu-me que se calhar também o modelo económico de mercado não é completamente independente da política, também vive e convive com ela.

Bom, assim a primeira afirmação de Cavaco Silva já faz mais sentido, é uma afirmação política que diz como deve ser a economia.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Rupert Murdoch

O caso News of the World parece indicar que:
  • Existe bastante promiscuidade entre o público e o privado.
  • É fácil fazer escutas telefónicas durante anos de forma sistemática a muita gente, com muita gente a saber e sem ninguém saber.
  • É fácil usar a estrutura do estado para fins privados, através do suborno é claro, mas ainda assim om custos muito reduzidos comparativamente com o custo que a infra-estrutura usada custou ao estado. E mesmo a alegação de que é suborno pode ser enfraquecida dado o poder de quem suborna, se esse alguém vai às reuniões do G8, e é íntimo de quem pode decidir da minha promoção... já não é bem suborno.
  • Exploraram-se muitos aspectos menos edificantes, incluindo o (incitamento?) financiamento do vício da droga de um dos jornalistas para assim ele poder estar no "meio".
Quando a Rupert Murdoch começa-se a suspeitar que:
  • Tem qualquer coisa de homem elástico, vai onde for preciso, encolhendo inclusive para a maior das humildades, quando interrogado no parlamento Inglês.
  • Se é verdade que estava a par dos factos, demonstrou muita confiança, tenho inclusivamente escutado a família real.
Mas parece que por alguma razão as coisas não estão a correr bem. Será que foi porque foram feitas escutas ao líder trabalhista, inclusive enquanto ele foi primeiro ministro? Bom, se calhar isso é apenas "política". Suspeito que o erro de Murdoch foram as escutas à família real. Não que ela tenha muito poder, mas ninguém gostará de ver uma senhora de 85 anos, sentada no seu trono mas pissed off. Sentiria Murdoch, antes deste ataque de humildade, que tinha o rei na barriga?

    terça-feira, 19 de julho de 2011

    Gestão dos Impostos

    Dado que:
    • A distância entre quem paga impostos e como estes são aplicados é significativa.
    • Tem-se questionado a qualidade da gestão do dinheiro público pelo estado.
    • Em alguns países têm aumentado as diferenças sociais devido a um desinvestimento social da parte daqueles que têm melhores condições económicas.
    • O afastamento da classe média da utilização dos serviços do estado resulta num enfraquecimento gradual da prestação de serviços, pois estes passam a ser prestados apenas a pessoas socialmente mais desfavorecidas e logo com menor capacidade reinvidicativa.
    Seria de:
    • Criar um sistema em que os contribuintes são mais participativos na aplicação dos seus impostos.
    • O estado define objectivos sociais, como educação e saúde.
    • Quem paga impostos associa-se em organizações que prestam serviços públicos, por exemplo financiam, e gerem, uma escola ou hospital.
    • As organizações são avaliadas pelo impacto social dos serviços prestados, por exemplo sucesso escolar dos alunos.
    • Organizações que têm melhor impacto têm benefícios, como seja ter os seus impostos reduzidos, ou receber contribuições do estado que passam a gerir reduzindo as próprias.
    • As organizações podem ser a título individual, para os grandes contribuintes, por exemplo a contribuição de um banco pode ser o financiamento e gestão de diversas escolas públicas
    • Os pequenos contribuintes podem ter cotas em organizações colectivas que prestam serviços públicos, e uma vez avaliado o desempenho da organização têm benefícios em função da sua cota.